“Normalmente a ansiedade é caracterizada por agitação interna, pressa, ânsia de resolver alguma coisa. É quando há uma inquietação e a pessoa não sabe o que e nem por que”
A ansiedade é uma característica biológica do ser humano, é uma reação normal, e todos nós nos sentimos ansiosos em algum momento da vida. Mas, se não for bem dosada, pode tornar-se uma doença.
Ela chega sorrateiramente e provoca sintomas físicos e emocionais. “Normalmente a ansiedade é caracterizada por agitação interna, pressa, ânsia de resolver alguma coisa. É quando há uma inquietação e a pessoa não sabe o que e nem por que”, diz a psicóloga clínica Roberta Borges.
A ansiedade atinge muito mais as mulheres. “Devido ao acúmulo de atividades, as representantes do sexo feminino são as que mais sofrem com esse problema”, diz a psicóloga. Os hormônios também colaboram para que as mulheres fiquem ainda mais ansiosas. “Ela pode ser sentida principalmente na adolescência, na fase menstrual e frente a algo novo, desconhecido. Quando ela vem acompanhada de sintomas e prejudica a qualidade de vida, aí sim torna-se uma doença”. Por que ela surge? Anormalidade no cérebro e distúrbios hormonais desencadeiam o problema, mas o principal, segundo a psicóloga, são os estados emocionais que se adquire como consequência de situações corriqueiras. “Problemas na infância, situações traumáticas e estresse podem também desencadear a ansiedade”.
A dona de casa Ana Macedo, de 38 anos, não sabe ao certo quando surgiu a sua ansiedade. “Quando estou na fase da tensão pré-menstrual (TPM) não durmo direito, fico irritada e sinto dores fortíssimas no estômago”, diz Ana. Segundo ela, o nível de ansiedade é tanto que ela chega a roer as unhas, passar as noites em claro e, situações normais, como ir ao banco, por exemplo, são capazes de tirar-lhe o sono e o sossego. “Já cheguei a ir para compromissos sem dormir e, embora me sentisse cansada, depois não conseguia baixar toda a adrenalina e relaxar”, revela. “A ansiedade é viciante” Embora a ansiedade atinja mais as mulheres, os homens não ficam de fora.
O analista de suporte técnico Marco Nascimento, de 24 anos, diz que durante muito tempo sentiu dores fortíssimas no estômago. Fez exames de endoscopia, que não acusaram qualquer problema, faltou ao trabalho por diversas vezes e só depois de 6 anos de sofrimento soube que a causa dos seus males era a ansiedade. “Além das dores de estômago, eu ficava nervoso por qualquer coisa, uma inquietação enorme no peito, não conseguia relaxar. Sentia formigamento no corpo e até sensação de desmaio”, relata.
Entre as situações mais constantes, o analista diz que não conseguia dormir na noite anterior a algum compromisso logo cedo, como foi no dia de prestar o exame para tirar a carteira de motorista. “Passei a noite imaginando como seria. Sentia aquele vazio no peito e, claro, fui para o exame apreensivo, sem dormir, nervoso e fui reprovado”. Outras situações, como uma prova na escola, também o deixavam angustiado. “É uma situação horrível, pois parece que passa um filme em nossa mente.
Poderia ter me preparado mais. Mas, é difícil manter a concentração quando estamos ansiosos”. Depois que descobriu que o seu problema era a ansiedade Marco diz que começou a se policiar. “Comecei a analisar algumas situações, o que desencadeava isso, e passei a mudar o foco dos meus pensamentos. A ansiedade é viciante. A gente fica naquela sensação de que tudo tem que ser resolvido o mais rápido possível e com isso deixa de aproveitar os momentos da vida. Aprendi a controlar a minha respiração e pensamentos. Posso dizer que hoje estou 80% melhor do que eu era. Nem dor de estômago tenho mais”, relata.
A ansiedade pode ser prejudicial também quando a pessoa deixa de demonstrar o seu potencial, segundo Roberta. “Devido à urgência que a pessoa tem, ela pode atropelar etapas e não mostrar o seu potencial em algumas situações, ou até mesmo se julga incapaz de realizá-las. Sendo assim, a pessoa passa a ter medo de errar, sem ao menos tentar”, diz. Como controlar a ansiedade? - Praticando atividade física; - Se conhecendo e policiando pensamentos e emoções; - O uso de medicamentos é prescrito em casos avançados.
Sintomas mais frequentes - Fadiga - Insônia - Falta de ar ou sensação de sufoco - Formigamento nas mãos e nos pés - Instabilidade ou sensação de desmaio - Dores no peito e palpitações - Arrepios , suores, frio, mãos úmidas - Boca seca - Contrações ou tremores incontroláveis - Tensão muscular, dores. - Necessidade urgente de defecar ou urinar - Sensação de ter um "nó" na garganta - Dificuldades para relaxar - Leve tontura ou vertigem
Elliana Garcia eliana.
arcauniversal.
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