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CIGARRO: QUAL É O CUSTO DO VÍCIO?

Cigarros comuns ou com sabores, narguiles, cachimbos, cigarros de palha, charutos e cigarros eletrônicos. Hoje a indústria tabaqueira oferece inúmeras opções aos fumantes e diversos atrativos aos iniciantes.

Por este motivo, mesmo com todas as campanhas sobre os riscos do tabagismo, existe uma precocidade na experimentação. A idade de iniciação está entre 13 e 14 anos, segundo a VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). Este dado comprova que, cada vez mais, o mercado estimula o consumo se adaptando ao perfil do usuário.

Muito se sabe sobre os malefícios para a saúde de quem fuma, mas o hábito prejudica não só o corpo, mas o bolso de quem compra um dos cigarros mais tarifados do mundo, apesar de ser o maior exportador e o segundo maior produtor de tabaco do mundo.

Além do preço alto dos cigarros em relação à renda média brasileira, alguns serviços podem ser mais caros para os tabagistas.

Uma pesquisa sobre seguros de vida chegou à seguinte conclusão: os valores de seguros de vida para fumantes, homens e mulheres, aumenta cerca de 5%, pois as seguradoras levam em consideração aspectos de riscos causados pelo fumo como problemas respiratórios, hipertensão e problemas cardíacos.

Uma pesquisa feita em 2010 pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para o Dia Mundial Sem Tabaco, "Gender and tobacco with an emphasis on marketing to women" (Gênero e tabaco com ênfase no marketing dirigido às mulheres), mostra que as mulheres são 20% dos cerca de 1 bilhão de fumantes no mundo e, como o número de consumidores de cigarros do sexo masculino atingiu seu pico, tornaram-se o alvo da indústria tabagista - que necessita recrutar novos usuários para repor aqueles que morrem prematuramente em decorrência do próprio cigarro. Pré-adolescentes e adolescentes são os alvos principais: pesquisas mostram que meninas já fumam quase tanto quanto meninos.

Segundo o superintendente de Planejamento e Vida da Marítima Seguros, Samy Hazan, a adoção do tabagismo como critério para o preço de seguros de vida no Brasil teve início em 2000. As seguradoras partem do principio que a exposição ao cigarro ao longo do tempo acumula grande quantidade de toxinas. A mortalidade associada a esse hábito generalizado é devido à toxicidade cumulativa e nem sempre, as consequências diretas do vício.

Ex-fumantes podem acumular uma quantidade elevada de toxina, mesmo tendo parado de fumar há alguns anos. O carcinoma de pulmão é uma das principais causas de morte por câncer e, como sabemos, a grande maioria dos casos são atribuíveis ao consumo de cigarro. É também uma das causas mais comuns de morte observadas no primeiros anos de vigência de uma apólice de seguro de vida.

A jornalista Patrícia Rosseto gasta por mês cerca de R$ 200,00 por mês com o consumo de cigarros, mas nunca pensou em parar por conta das finanças. “Na verdade me poupo de saber o quanto gasto. Não registro na minha memória o valor nem de um maço”, diz.

Para o webdesigner Lucas Câmara largar o vício fez diferença no orçamento mensal. Apesar disso, ele, que fumava cerca de um maço por dia (de uma marca que custa cerca de R$ 5,00), alegou que as razões econômicas não foram relevantes na sua escolha por largar o cigarro, sua decisão foi pautada por preocupações com a saúde.

Segundo estudo realizado em junho deste ano pela Fundação Getúlio Vargas, referente ao primeiro quadrimestre do ano, o preço do cigarro no Brasil se mantém entre os mais caros do mundo. A comparação foi baseada nos preços de uma mesma marca comercializada em 22 países selecionados. A marca analisada é vendida em todos os países e devidamente taxada por impostos.
Realizada pelo Professor José Antonio Schontag, da FGV, a comparação de preços entre os países foi feita com base no percentual da renda individual despendida com o consumo de 100 maços ao ano. A pesquisa contrapõe a premissa de que o Brasil possui um dos menores preços de venda do cigarro, o que facilitaria a chegada do produto a uma maior parcela da população.

Por outro lado, no mercado brasileiro, existe uma expressiva participação de produtos ilegais, que correspondem a mais de um quarto dos cigarros consumidos no país. Por não serem tributados, chegam ao consumidor a preços predatórios, podendo custar até um terço do valor da marca pesquisada no estudo.

O não pagamento de impostos, sem dúvida, é um dos principais fatores de desequilíbrio de mercado, pois propicia a prática de preços predatórios pelo mercado ilegal. Outro dado importante concluído pelo estudo é que o aumento dos impostos e o conseqüente incremento no preço de produtos como o cigarro contribuem para a maior incidência do mercado informal no Brasil.

Ainda de acordo com o estudo, o mercado ilegal de cigarros é responsável por 27% da venda total do País. Desse montante, a maior parte é constituída por produtos do contrabando, com origem principalmente no Paraguai. A outra parte refere-se à evasão fiscal que fica evidente quando são comparados os números dos impostos federais recolhidos, frente aos volumes de mercado (oriundos de pesquisa de mercado). Também consta na mesma página da Receita Federal, que algumas destas empresas operam através de liminares.

A participação do contrabando é bastante variável geograficamente. No Estado do Rio de Janeiro a representatividade do produto é de apenas 2,2% do mercado, enquanto que no Distrito Federal alcança 48,2%, quase a metade das vendas totais.

O grau de penetração do produto ilegal pode ser atribuído a dois fatores: a proximidade com a origem do contrabando (Paraguai) e o poder aquisitivo da população.

O Centro-Oeste e o Sul, por possuírem fronteiras com o Paraguai, são as regiões mais expostas. O contrabando nas Regiões Norte e Nordeste possui maior participação do que na Região Sudeste em razão do menor poder aquisitivo da população, o que torna o produto informal mais competitivo.


Fonte: consumidormoderno

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